Convidados pela galeria da Brotéria a pensarem nas marcas que se inscrevem na pele, os ABCC apresentam CORIUM — nome latino dado à camada de pele que se encontra entre a epiderme e os tecidos subcutâneos.
A ideia de “deixar a marca” tem uma ressonância especial neste mundo contemporâneo em que a humanidade procura deixar a sua marca em todo o lado: da parede da caverna à paisagem, do papiro ao que a fibra óptica transporta, do obelisco à superfície fresca do tecto da capela, do muro da cidade ou do comboio à superfície lunar e daí até onde alcançam os sinais de rádio enviados para os confins do universo.
Jogam aqui com ambos os lados do espelho quando se assumem motores de busca do imenso e inesgotável depósito digital. Navegam com humor em associações de algoritmos e trazem-nos um processo invertido: não é o objecto artístico que vai parar à internet, fotografado, reproduzido, catalogado; é o banco de imagens que se faz matéria, manifestando-se no papel, no toner e no acrílico.