Ao longo do último ano, três grupos — as “famílias utópicas” — trabalharam cerca de 60 cadernos que são apresentados performaticamente numa só obra nesta sessão final.
A artista plástica Marta Wengorovius explora questões que nascem da intuição e da génese do movimento, acentuando as diferentes dimensões de três tipo de dinâmicas: o UM enquanto singularidade e intimidade, o DOIS como paridade e cumplicidade e o MUITOS que vai de encontro à experiencia da comunidade. O UM, o DOIS e o MUITOS acompanham a criação individual de uma forma participativa. Numa escola nómada onde a pedagogia dos sentidos é convocada por diferentes intervenientes de disciplinas variadas, preencheremos Cadernos. Da botânica ao canto, como nómadas desenharemos pontes, entre nós e os outros, entre a cidade e a natureza.
Marta Wengorovius
Viajou desde cedo pela Europa detendo-se por períodos alargados em Itália, França e Alemanha, participando em actividades que a aproximaram do mundo da arte. Realiza depois os seus estudos em Portugal — Curso de Pintura da Escola de Belas Artes de Lisboa, Desenho do AR.CO, onde frequenta também o curso de Pintura e de Fotografia. Frequenta em 1984-1985 o Curso de Cenografia do Conservatório Nacional.
Finaliza o Curso de Pintura da Escola de Belas Artes de Lisboa e vai viver para Paris (1988-1989) donde regressa em 1991-1992. Continua as suas viagens, experiências e estadias nos Estados Unidos (bolseira da Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento) e, em 1993, é convidada pelo Goldsmits’ College (Londres) como Academic Observer. Aí concebe o projecto da Academia de Verão, Convento da Arrábida, 1994. Em 1994 recebe o prémio União Latina. Estadia em 1997 em Macau e China e Vietnam como Bolseira da Fundação Oriente. Termina em 2007 o Mestrado em Artes Visuais e Intermédia na Universidade de Évora com a dissertação O evento como pintura: o uso dos olhos. A par da sua actividade artística lecciona Metodologias Artísticas e Desenho na Universidade Lusófona / Departamento de Design. Entre 1991-2003 lecciona Pintura e Desenho no AR.CO.
Expõe individualmente desde 1989 (Galeria Módulo, Lisboa). Os títulos das suas outras individuais Trompe l’oeil (Galeria Valentim de Carvalho), Sur ciel sûr (Culturgest), A sample of my mind (Macau, 1997), Words from the breathing brain (Galeria Pedro Cera, 1998), Lundi je suis rose mardi bleu mecredi orange jeudi vert vendredi rouge samedi violet et dimanche dorée (2002), Showroom #1 (Sala do Veado — Faculdade de Ciências de Lisboa, 2002), Showroom — Atelier: Paris (2003), Objectos de errância: Uso do Olho #1 ( 2005), Uso do Olho #2 (arco-íris) (2005) e Superfície — a pele perfomática (2005-2008), Evento #1, 2 e 3 (2005), ou eventos Mise à nu par le soleil ou mise à nu par la lune (2006-2008) configuram por si só um universo de pesquisa plástica e pessoal que se alimenta também do envolvimento em projectos de dança (com João Fiadeiro, Franz Polestra, Howard Sonenklar, Skit — projecto internacional de coreografia — entre outros), cinema (Michael Shamberg, Jim Herbert, Cris Marker) e arquitectura (com Baixa Atelier de Arquitectura — Pavilhão do Futuro, Expo-Suíça entre outros), e arquitectura paisagística (com Global).
Mais informações sobre o trabalho de Marta Wengorovius em colaboração com a Brotéria aqui