João de Almeida (1927-2019) foi um dos mais versáteis artistas portugueses do século XX. Arquiteto, pintor, ourives, fotógrafo, viajante, conheceu e trabalhou de perto com alguns dos mais importantes artistas mundiais, tais como Ferdinand Gehr, Hans Arp, Alfred Manessier, Albert Schilling, Maria Helena Vieira da Silva, Arpad Szènes ou Wang Dongling.
Com uma elevada cultura artística e intelectual, foi ele próprio autor de uma obra invulgarmente diversa cujo rigor e qualidade foi reconhecido e várias vezes premiado pelos seus pares. Tudo isto viveu com genuíno desprendimento. Homem do presente, como gostava de se definir, várias vezes entregou a sua história ao passado para acolher por inteiro o futuro em aberto. Assim construiu uma biografia singular que ficou registada de modo particular por uma multifacetada produção artística, que as obras expostas – registos fotográficos, peças de ourivesaria sacra e pinturas a pastel – pretendem testemunhar:
Três expressões artísticas muito distintas entre si que têm em comum a mesma fonte criativa. As suas diferenças devem-se, portanto, não a três autores, mas apenas a uma vida vivida em contínuo recomeço.