Entre as décadas de 1550 e 1570 (e até pelo menos aos primeiros anos do século XVII), a Companhia de Jesus apostou no combate pela preservação da liberdade de navegação e comércio para os portugueses, luso-asiáticos e até alguns asiáticos nos mares da Ásia Oriental. Este combate fazia-se contra regulamentações e práticas monopolistas dos altos quadros do Estado da Índia, em especial os vice-reis e governadores, mas também dos capitães de Malaca, em favor próprio, de familiares, associados ou dependentes. O combate da Companhia de Jesus era feito em várias dimensões: a político-diplomática, a comercial, a jurídica e até a religiosa. A cidade portuária de Macau jogava um papel decisivo neste combate, assim como outros estabelecimentos privados luso-asiáticos, tais como Nagasáqui e Negapatão. A vitória da Companhia de Jesus era também a vitória dos seus aliados, os homens de negócios portugueses e luso-asiáticos, mas também alguns asiáticos (Javaneses, Chineses e Indianos). Os Jesuítas lutavam pela defesa dos seus investimentos, indispensável ao financiamento das missões na região, ao transporte dos seus padres e à circulação de correspondência e informação.
Jorge Santos Alves
Jorge Santos Alves é Professor Auxiliar da Faculdade de Ciências Humanas (Universidade Católica Portuguesa, Lisboa), Coordenador do Instituto de Estudos Asiáticos e do Mestrado em Estudos Asiáticos e investigador-sénior do Centro de Estudos de Comunicação e Cultura (todo na FCH-UCP) Desde Maio de 2023 é membro da Direção da Faculdade de Ciências Humanas da UCP. Foi professor convidado da Universidade de Macau (2003-2010), onde ensinou entre 1990 e 1996. É Vice-Presidente da Associação Luso-Indonésia para a Amizade e Cooperação (ALIAC) e é ainda diretor da Revista Oriente (Fundação Oriente, Lisboa).
Seminário de História dos Jesuítas
Encontros mensais para promover a apresentação e discussão de tópicos relacionados com a história dos jesuítas desde 1540 até hoje, nas suas várias vertentes: arte, arquitetura, espiritualidade, pedagogia, missões, ciência, anti-jesuitismo, expulsão e restauração.
Coordenação: António Júlio Trigueiros SJ, Maria João Pereira Coutinho e Francisco Malta Romeira