Mais do que por palavras, o sacramento cristão fala por meio de gestos eficazes que realizam o que significam, precisamente enquanto são feitos. Falam (bem) enquanto são (bem) feitos. Não visam primeiramente informar sobre realidades, ainda que divinas, mas transformar sujeitos a partir da experiência corpórea-sensível de um bem que sabe e que faz bem — sentir e saber implicam-se. São essencialmente linguagens não verbais — do espaço e do tempo, dos sons, das cores, dos perfumes — e performativas enquanto se destinam, não à descrição ou explicação de conceitos, mas à execução de ações que incidem no corpo e que implicam os sentidos. O intelecto e a vontade são convocados através do corpo implicado e tocado por água, por óleo, por pão e por vinho, pela presença de outros, por luz, por sons, por movimentos, etc.. Entra-se em relação imediata com o dom da vida de Deus revelada em Jesus — a graça —pela mediação de gestos elementares como lavar e ungir, comer e beber, declarar amor e prometer fidelidade. Com esta chave, revistamos os sete sacramentos cristãos; sublinhamos aquisições importantes dadas à Igreja pelo Vaticano II; identificamos problemas e a dificuldades com que, hoje, se confrontam.   

Programa

Dia 1 
O que não se consegue compreender ou dizer pode-se celebrar: o sacramento como gesto corpóreo-sensível. Os sacramentos da iniciação à vida de Cristo mediante cinco sentidos — batismo, crisma e eucaristia.  

Dia 2 
Os sacramentos da crise e da cura — unção dos doentes e penitência; os sacramentos de serviço — ordem e matrimónio. 

P. José Frazão Correia SJ 

Jesuíta deste 1995, licenciou-se em Filosofia pela Universidade Católica Portuguesa, doutorando-se em Teologia Fundamental pela Universidade Pontifícia Gregoriana em Roma. Foi professor na Faculdade de Teologia da Universidade Católica Portuguesa, nos polos de Braga e do Porto. Foi nomeado Provincial da Província Portuguesa da Companhia de Jesus em 2014, juntando-se à Brotéria em 2022 como diretor da revista.