Neste momento pós-cristandade do mundo ocidental, o debate público é disputado por ideologias seculares, como o liberalismo, o ambientalismo, o utilitarismo e o progressismo (woke). É curioso que à morte das ideologias apregoadas durante a última década se siga um tempo de forte polarização ideológica. É também surpreendente que o êxodo da religião do espaço público seja acompanhado por discursos seculares com fortes tintes religiosos: oratória profética, por vezes de tons apocalípticos; apelo à mudança de estilo de vida (conversão); dias de celebração pública, por vezes com paralelos processionais; e uma preocupação manifesta com a ortodoxia de pensamento. Estaremos diante de propostas seculares de salvação? Como podemos olhar estes fenómenos a partir da tradição católica?  

Programa

Dia 1  
O ar que respiramos — Breve genealogia do tempo presente, que nos guiará até às origens, caraterísticas, promessas e limites das ideologias seculares dominantes. 

Dia 2  
Entidade que salva ou identidade como Salvação? — Explorar os paralelos entre salvação na tradição cristã e nas propostas contemporâneas, expondo-nos à questão: a salvação é um labor humano ou arte da graça? 

Dia 3  
Revelação e Identidade — A identidade de Jesus é o centro da fé cristã. De que forma a Revelação de Deus é pertinente nos nossos dias? Estará na relação com o Filho o desvelar da nossa própria identidade? 

P. Nelson Faria SJ

Natural de Lisboa, frequentou o curso de Direito na Clássica (Lisboa). Entrou na Companhia de Jesus em 2009 e foi ordenado sacerdote em 2020. A sua formação como jesuíta levou-o ao Colégio das Caldinhas (Santo Tirso), e ao estudo da Filosofia na UCP-Braga e de Teologia na Universidad Comillas (Madrid) e Centre Sèvres (Paris). Atualmente trabalha na Rede Mundial de Oração do Papa, Fundação Pontifícia confiada à Companhia de Jesus.