Romano Guardini foi um dos teólogos que preparou o Concílio Vaticano II. Pensador profundo na fronteira da teologia e da filosofia, mostrou sempre um grande equilíbrio entre duas virtudes cristãs fundamentais: o sentido de Deus e o sentido do mundo. Humanista, aberto a todas as correntes culturais do seu tempo sempre guardou a integridade da fé. Influenciou grandes teólogos como Hans Urs von Balthasar e personalidades como os Papas Bento XVI e Francisco. Em tempos culturalmente conturbados, fala-se hoje num retorno a Guardini, também por ter sido um pensador avançado para o seu tempo nas relações entre cristianismo e cultura e na compreensão da liturgia e da organização do espaço litúrgico das igrejas a reconstruir depois das guerras.
Programa
Dia 1 | Um pensamento integrador dos opostos num contexto da modernidade tardia
Tratamos tanto o contexto que designou por "Fim da Idade Moderna" quanto o método do seu pensamento – reconciliador de realidades aparentemente opostas como fé e cultura, subjetividade e realidade objetiva, indivíduo o sociedade.
Dia 2 | Experiência religiosa e revelação cristã
Compreensão em perspetiva cristã do que a modernidade elevou ao valor de absoluto: o sujeito, a realidade natural e a cultura.
Dia 3 | Uma nova compreensão da liturgia e do espaço da celebração cristã
Em Espírito da liturgia, Guardini considera a celebração da fé cristã a partir do símbolo, da arte e do jogo. Posteriormente a sua colaboração com arquitetos alemães transmite esta visão à arquitetura das novas igrejas.
P. João Norton de Matos SJ
Padre jesuíta, é licenciado em arquitetura. Completou a sua formação na Companhia de Jesus com uma especialização em estética e filosofia da arte em Louvain-la-Neuve, e em Teologia da cultura, em Paris, com uma tese intitulada A crise moderna da arte sacra. É atualmente Assistente Convidado da Faculdade de Teologia da Universidade Católica Portuguesa e colabora na comunidade da Brotéria.