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Volume 200 — 2, Fevereiro 2025

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Luísa Soares de Oliveira

Do contexto bíblico até à sua inserção na vida quotidiana da sociedade e na intimidade da criação artística, uma exposição em Paris, no Museu do Louvre, Figuras do Louco, dá conta da universalidade da representação desta imagem na arte entre a Idade Média e o Romantismo.


José Frazão Correia SJ

Em 2025 a Igreja Católica vive o 27º Jubileu Ordinário, que, desde o século XV, acontece de 25 em 25 anos. Herança da tradição hebraica, o Jubileu cristão recupera e repropõe, para o ciclo de uma geração, a lógica semanal do domingo, que é outra em relação à da posse e da produção, da conquista e do mérito, do crédito e do débito. A “graça” – a abundância, a gratidão, a gratuidade – diz o sentido do tempo e é capaz de dar uma forma justa à vida. Esse é também o sentido do tempo festivo, diferente do tempo de trabalho e do tempo livre. Marcam-no o dom e o perdão. Quando se corre tanto e parece faltar sempre tempo, poderá fazer sentido aceitar perder tempo para recuperar o sentido do tempo. E de o fazer de modo festivo com outros. O Jubileu é tempo oportuno.


William McCormick SJ

Quando se aproxima o 250º aniversário da Declaração da Independência dos EUA, que acontecerá em 2026, Donald Trump está a iniciar o segundo mandato presidencial. A sua vitória eleitoral confirma a relativa estabilidade da política americana: nenhum dos partidos consegue manter o controlo da Casa Branca durante um prazo longo. Num país tão dividido, a posição que a nova administração irá assumir na economia, nas questões sociais urgentes e nos conflitos em curso no mundo, será particularmente importante, não só pelas consequências que terá para o país como para o papel dos Estados Unidos no mundo global.


Mário Linhares

Na madrugada de 21 de outubro de 2024, Odair Moniz foi baleado por um agente da polícia na Cova da Moura, bairro da periferia de Lisboa. Com a sua morte, seguiram-se tumultos violentos que se estenderam a outros bairros. Tomando estes acontecimentos como motivo, o artigo aborda o ato humano de habitar o território. Oferece, de modo quase aleatório, alguns motivos que vai buscar às artes, às letras e à Bíblia, na convicção de que importa resistir a leituras superficiais e cultivar a atenção e o pensamento. Ver de longe o que acontece não chega, nem chega decidir por uma determinada opinião sem correr o risco de ir e de ver a realidade e de permanecer com as pessoas.


Nelson Faria SJ

A Gen-Z é nativa de um ambiente digital ao qual a maioria das pessoas das gerações anteriores foi só lenta ou abruptamente
apresentada. Tendo de responder às necessidades humanas de sempre, os desafios da Gen-Z parecem diferentes em relação àqueles que gerações precedentes tiveram de enfrentar. Apresentam-se neste artigo alguns estudos sobre juventude e arrisca-se a proposta de um modelo de comunidade que, não sendo integralmente novo, deve ser conscientemente assumido para responder às dificuldades do momento presente.


Vincenzo Rosito

A processualidade – qualidade do que é processual – passou a qualificar o quadro da vida eclesial ao longo da última década. Pode mesmo ser considerada a qualidade mais representativa da Igreja Católica no tempo do Papa Francisco. Aprofundando a relação indissociável entre processualidade e sinodalidade no quadro da história da Igreja pós-conciliar, defende-se a tese de que se está a passar de uma Igreja que, tanto para dentro como para fora, se comunica através de textos e de sinais, para uma Igreja que, sobretudo, inaugura e conduz processos. Analisam-se quatro declinações da processualidade: correlação, ajustamento, improviso, negociação, associando-se, no final, o léxico da processualidade ao léxico da experimentação, enquanto tarefa eclesial de imaginar formas e práticas de ser Igreja em que a mudança é fruto de uma aprendizagem que se faz com outros.


João Norton de Matos SJ

No quadro de uma reflexão sobre o valor e a importância da arquitetura e das artes para a vida e a missão da Igreja, o artigo concentra-se em algumas convicções fundamentais acerca da arquitetura das nossas igrejas, consolidadas na esteira do Movimento de Renovação da Arte Religiosa (MRAR) e da renovação pós-conciliar. Articula-se em sete tópicos, compostos por duas notas preliminares, seguidas de quatro convicções amadurecidas e um ensaio para as traduzir em algumas linhas orientadoras de acordo com os requisitos da liturgia reformada e das necessidades espirituais do nosso tempo. Tem presente tanto as novas igrejas como a readequação de igrejas históricas. A investigação subjacente enquadra-se no seminário “Arquitetura e Espaço Litúrgico” que tem vindo a acontecer na Brotéria e, mais proximamente, na 18.ª Jornada Nacional da Pastoral da Cultura: “Edificar hoje a casa de Deus na cidade terrena”, que teve lugar em Fátima, em setembro de 2024.


Joaquim Félix de Carvalho

Que relação cuidar entre a Igreja e a arquitetura e de que modos edificar hoje a casa de Deus na cidade terrena? Atendendo
à realidade portuguesa e de outros países, sobretudo europeus, e procurando interpretar os sinais do tempo presente, expõem-se implicações do quadro cultural contemporâneo para a arquitetura religiosa. A reflexão começa por pôr em relação edificação e ruína. Expõe, de seguida, desafios que o esvaziamento das Igrejas coloca, hoje, à sua adaptação. Num terceiro momento, dá especial atenção a quatro tópicos específicos: à arquitetura funerária cristã, ao sentido pela comunidade, à arquitetura imprevista e quase-esquecida e à defesa de uma arquitetura de portas abertas. Em jeito de conclusão, defende-se que a maneira como se constroem as igrejas diz por excelência da qualidade da vida eclesial. O artigo corresponde à comunicação feita na 18.ª Jornada Nacional da Pastoral da Cultura.


Dimensões
15 x 23,4

Nr de páginas
104

ISSN
0870–7618