Sex, 13 jun - das 14h às 19h15 ConversaRevista
Revista sai do Papel: Bisalhães e Casa de MateusFilipa BeloPortugal ManualMiguel FontesArtesãoLeonor CarrilhoBrotériaMara MinhavaVeradora de Cultura da CM Vila RealP. Manuel Cardoso SJBrotéria

"Entre as mãos e a matéria: o saber fazer artesanal como património e arte"

Com Filipa Belo, Miguel Fontes e Leonor Carrilho. Moderação P. Manuel Cardoso SJ.

A partir do artigo "O saber fazer artesanal como património e arte", de Rita Jerónimo, vamos passar o dia de Santo António nas olarias de loiça negra de Bisalhães e na Casa de Mateus, em Vila Real. A apresentação do número de maio-junho da nossa revista terá duas partes. Primeiro, entre as 14h e as 16h, visitaremos a olaria do Miguel Fontes, oleiro de loiça negra, técnica que, em 2016, foi declarada Património Imaterial da Humanidade pela UNESCO. Às 18h, na Casa de Mateus, haverá um debate sobre os três "fazeres" (artesanato, arte e design) com Miguel Fontes (artesão), Filipa Belo (Portugal Manual) e Leonor Carrilho (Brotéria). 

Programa

13 de junho 2025
14h–16h visita a Bisalhães com orientação do oleiro Miguel Fontes.
Ponto de encontro: Rua Tolinheiro nº51. 500-312 Bisalhães

18h–19h30 apresentação da revista na Fundação Casa de Mateus
Os dois eventos têm entrada livre e não é necessária inscrição prévia.

Filipa Belo

Filipa Belo é empreendedora e consultora estratégica nas áreas da economia criativa, turismo cultural e empreendedorismo. Fundadora da Portugal Manual em 2018, criou a primeira plataforma portuguesa dedicada à promoção do novo artesanato contemporâneo, apoiando já mais de 120 projetos através de curadoria, consultoria, produção de conteúdos, experiências imersivas e ações de capacitação.

Com uma trajetória internacional alia uma visão global ao conhecimento profundo do ecossistema criativo português. Tem colaborado com entidades como o Turismo de Portugal, Fundação Centro Cultural de Belém, Câmara Municipal do Porto, A Vida Portuguesa, WOW e Costa Terra.

É autora do primeiro podcast português inteiramente dedicado ao novo artesanato. Em 2025, cofundou a WAF – Women in Art Fellowship, uma bolsa que apoia e dá visibilidade ao trabalho de mulheres artistas em Portugal, com foco no impacto social e cultural.

A sua prática é orientada por uma abordagem colaborativa e socialmente consciente, com foco no fortalecimento de comunidades criativas e na valorização do saber-fazer como património cultural vivo.

Miguel Fontes

Miguel Fontes é nascido e criado na aldeia de Bisalhães, Freguesia de Mondrões, Concelho e Distrito de Vila Real. Neto de dois oleiros - Fernandes Fontes, por parte do pai e Nacimento Ribeiro Capelas, por parte da mãe - fez toda a sua formação escolar no concelho, tendo iniciado na escola primária de Mondrões, passando pelo preparatório na Escola Preparatória Diogo Cão (agora EB 2/3 Diogo Cão) e finalizando o secundário no “liceu” Camilo Castelo Branco com o Curso profissional de Comunicação e Difusão. Frequentou, ainda, o Ensino Superior no IPB (Instituto politécnico de Bragança), Polo da Escola Superior de Tecnologias e Gestão de Mirandela, no Curso de Informática e comunicações, e a UTAD (Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro), para o curso de Tecnologias da Informação.
Sempre esteve envolvido na olaria, pois era necessário em tempo de cozedura da loiça ajudar os seus avós, quer fosse a acartar (transportar) peças de e para o forno, ou então quando com mais corpo, acartar às costas os molhos de lenha, que se juntava nos montes vizinhos da aldeia, para cozer a peças. Nunca foi ensinado pelos seus avôs a trabalhar na roda, mas com as várias horas que passava a vê-los trabalhar, ficou com a ideia do trabalhar o barro. Com 14/15 anos, por imitação daquilo que via, chegou a fazer algumas experiências das quais saíram algumas peças na roda do avô paterno, mas não teve sequência.
Há sensivelmente 17 anos, já após a partida dos avôs (materno em 2002 e paterno em 2003) e com a necessidade de se decidir o melhor fim para a matéria-prima que ainda ficou do avô paterno, por várias insistências da mãe, retomou as experiências na roda e, desta vez, com outra idade e maturidade, começou a melhorar a sua técnica e a tentar elaborar peças mais complexas, sempre continuando o estilo e formas dos seus avôs.
Em 20/07/2015 recebeu a medalha de mérito do Município, grau prata, por estar a dar continuidade ao artesanato em Bisalhães, dia em que os oleiros mais velhos receberam a grau ouro.
Miguel Fontes integra, desde 2001, quadro efetivo da Câmara Municipal de Vila Real.
É Presidente da Tuna Recreativa e Musical de Bisalhães, associação de longa e importante reputação na aldeia e arredores, bem como Diretor artístico do Grupo de Cantares Aléu, Grupo que é constituído apenas por funcionários do Município de Vila Real.

Leonor Carrilho

Leonor Carrilho é coordenadora de Comunicação e Design da Brotéria, desde março de 2025. Licenciada em Comunicação Social e Cultural pela Universidade Católica de Lisboa e pós-graduada em Curadoria e Programação das Artes na mesma universidade, passou pela equipas de Comunicação e Imprensa da Trienal de Arquitetura de Lisboa, com o projeto Close Closer (2013-2014); e do MAAT – Museu de Arte, Arquitetura de Lisboa, onde permaneceu mais de 10 anos. Nesta instituição, desenvolveu várias funções, nomeadamente nas áreas de comunicação, imprensa e programação. Trabalhou com vários artistas do contexto nacional e internacional, e desenvolveu planos estratégicos de comunicação de exposições e programação pública, promovendo o museu no panorama da arte contemporânea nacional e internacional.

Para além do seu trabalho no meio institucional, desenvolve paralelamente, programação cultural em espaços independentes e/ou descentralizados. Em 2021 e 2022, integrou a Direção Artística e de Programação do festival Ponto d’Orvalho, em Montemor-o-Novo. Em 2024, criou o Programa de Residência Guardiões do Mira em colaboração com a Associação Project Earth, sediada em Santa Clara-a-Velha, Odemira, um projeto que visa dar voz ao rio Mira, pensar na sua relação com o que o rodeia e na sua existência equilibrada e responsável, através da prática artística.

Leonor Carrilho é também curadora independente de exposições, das quais destaca Not down in any map (com Marco Pires, Luísa Jacinto, Hugo Frazão, Nuno Henrique and Joanna Piotrowska), Quase nada (com Horácio Frutuoso, Francisca Aires Mateus, Claire de Santa Coloma e Sara Chang Yan), The Art Gate, 2019, Lisboa; Onde vamos livres. Onde vamos presos, Kubik Gallery, Lisboa, ou Imaginação: e como, através dela, pensar o futuro, do Lisbon Art Weekend, ambas em 2025.

P. Manuel Cardoso SJ

Jesuíta desde 2006, concluiu um mestrado em Teologia no Centre Sèvres e outro em Estudos políticos, na EHESS, Paris. Concluiu, recentemente, um doutoramento sobre as políticas públicas de Thomas Hobbes, também na EHESS. Foi diretor-adjunto da revista Brotéria entre 2019 a 2024, e é atualmente diretor-geral da Brotéria.

 

Com o apoio
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Local: Bisalhães e Casa de Mateus, Vila Real
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