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Ter a qui 1, 2 e 3 abr - 19h às 20h30Cursos da Aula da Esfera
As mulheres na Igreja e o (não) acesso ao ministério ordenadoP. José Frazão Correia SJ

«Não há razões que impeçam as mulheres de assumir funções de liderança na Igreja: não se pode impedir o que vem do Espírito Santo», assim se pronunciou o último Sínodo no seu documento final, a que o Papa Francisco conferiu autoridade de Magistério. Nesse mesmo nº 60, declara-se ainda: «A questão do acesso das mulheres ao ministério diaconal também permanece em aberto e é necessário perseguir o discernimento a este respeito». O passo é grande, talvez o maior desde que João XXIII reconheceu, na sua Encíclica Pacem in terris, que o ingresso da mulher na vida pública era um sinal sociocultural do tempo – estávamos em 1963 – através do qual Deus estava a falar à Igreja. Se se reconhece, agora, não haver razões de impedimento para que as mulheres assumam autoridade pública na comunidade eclesial, há, porém, uma longa tradição que tem seguido noutra direção e que necessariamente condiciona leituras e juízos atuais. É essa tradição que queremos revisitar de forma teológico-crítica. O que ler nos textos bíblicos? Como pensa S. Tomás? Como foi reagindo a autoridade eclesiástica à evolução cultural em documentos como Inter insignores (1976), Ordinatio sacerdotalis (1994) e na clarificação, em 2018, do carácter definitivo do documento pontifício de 1994? Interessam-nos a argumentação teológica que identifique e distinga a matéria de revelação de condicionamentos culturais. Se é claro, hoje, que a hierarquia entre sexos não tem qualquer fundamento antropológico nem teológico, como podem as mulheres, do mesmo modo que os homens, assumir na Igreja a estatura plena que o Evangelho lhes confere pelo batismo?

Programa

Dia 1Ser batizado do sexo feminino impede o acesso ao ministério ordenado?
O tema, as questões teológicas, os preconceitos culturais.

Dia 2Numa matéria tão condicionada culturalmente, será possível alcançar uma verdade infalível?
O texto bíblico, S. Tomás de Aquino, os documentos do Magistério eclesiástico.

Dia 3E se a Igreja reconhecesse que não tem a faculdade para excluir a mulher do ministério ordenado?
Superando a subordinação dos sexos como razão para a diferença de autoridade na Igreja, cabe continuar a aprofundar a configuração que o reconhecimento da autoridade feminina pode assumir.

Bibliografia (disponível na biblioteca da Brotéria)
1. Andrea Grillo, “Sínodo e Igreja moderna: léxico do Vaticano II e Cânone Tridentino”, Brotéria 200-1/janeiro (2025): 29-44; “As mulheres a o ministério ordenado: argumentos teológicos e táticas magisteriais”; Brotéria 199-4/outubro (2024): 251-263.
2. Maria d’Oliveira Martins, Rita Sacramento Monteiro, “Desmasculinizar a Igreja? Uma provocação para pensar”, Brotéria 199-1/julho (2024): 28-40.
3. José Frazão Correia, “As mulheres na Igrejas para lá de idealizações”, Brotéria 198-5.6/maio-junho (2024): 430-438.

P. José Frazão Correia SJ

Jesuíta deste 1995, licenciou-se em Filosofia pela Universidade Católica Portuguesa, doutorando-se em Teologia Fundamental pela Universidade Pontifícia Gregoriana em Roma. Foi professor na Faculdade de Teologia da Universidade Católica Portuguesa, nos polos de Braga e do Porto. Foi nomeado Provincial da Província Portuguesa da Companhia de Jesus em 2014, juntando-se à Brotéria em 2022 como diretor da revista.

Local: Brotéria
Duração: 1h30
Preço: 15€
As mulheres na Igreja e o (não) acesso ao ministério ordenado (online)
Local: Online
Duração: 1h30
Preço: 15€