Joe Biden é o segundo presidente católico, depois da breve presidência de John F. Kennedy sessenta anos antes. Uma série de circunstâncias que fizeram da sua eleição um acontecimento extraordinário. Biden foi eleito presidente durante a pandemia COVID-19, que atingiu o país de maneira particularmente forte; após meses de protestos nas cidades americanas por causa da violência motivada por razões raciais; depois de uma presidência como a de Donald Trump, que trouxe ameaças e infligiu golpes no estado de direito e na ordem mundial; membro de uma Igreja Católica, que nos Estados Unidos se acha dividida internamente como nenhuma outra e como nunca antes acontecera.
A recente viagem do Papa Francisco ao Iraque e o seu encontro com o aiatola Al Sistani revestiu-se de uma singular importância. Num ambiente despojado, falaram da importância da colaboração entre as comunidades religiosas, da consolidação dos valores da harmonia, da coexistência pacífica e da solidariedade humana, baseados na promoção dos direitos humanos e do respeito recíproco entre os seguidores de diferentes religiões. Com momentos históricos como estes o cristianismo aprende no diálogo uma outra forma de evangelização. Supera-se o espírito de cruzada, de guerra santa e a recusa sistemática do outro como interlocutor. O cristianismo torna-se sinónimo de comunicação, também no sentido de procurar o comum, a ponte, o reconhecimento do outro.
«O Papa é bem-vindo entre nós». Estas palavras do presidente iraquiano Barham Salih marcaram de 5 a 8 de março o acolhimento ao Papa. Francisco encontrou-se com o máximo líder xiita aiatola Al Sistani, que garantiu: «os cristãos devem viver em segurança e paz.» Esta viagem do Papa ao encontro dos cristãos do Iraque, primeiros na história e no sofrimento, permitiu redescobrir a grandiosidade do povo iraquiano, mas também as suas feridas a precisar de cura urgente. Vale também a pena perceber como enquadrar a visita ao Iraque no puzzle das viagens papais de Francisco.
Na Assembleia da República foram aprovados projetos de lei que estabelecem as condições para que seja possível, recorrendo a técnicas de procriação medicamente assistida, nomeadamente inseminação com esperma obtido em vida, criar uma gestação na mulher e gerar uma vida a partir de um morto. Estes projetos não têm fundamentação ética, apresentam omissões graves, ignoram os superiores interesses da criança a ser gerada, criando-a deliberadamente como órfã de pai e privando-a da presença, acompanhamento, riqueza afetiva e participação na educação e construção da personalidade que cabem ao pai.
A partir de uma paráfrase do texto em que primeiro se falou de meritocracia, (um ensaio de Michael Young publicado em 1958) analisam-se e avaliam-se as potencialidades, a dificuldade das questões da justiça e as dificuldades práticas da meritocracia (a que os filósofos Antigos chamavam Aristocracia) designadamente a complicada escolha do critério de medição do mérito. O texto conclui com a apologia de uma Meritocracia Diluída que possa corrigir injustiças e evitar o ressentimento social.
A gentrificação é um conceito polissémico, desde sempre carregado de carga ideológica e de classe, que se tem revelado operativo para compreender mudanças urbanas. Depois de a definir e explicar sinteticamente as suas principais causas, descrever-se-ão as quatro fases de gentrificação do Bairro Alto dos anos 80 até ao presente: de uma gentrificação pioneira/marginal até à super-gentrificação atual.
Assinalam-se neste ano de 2021 os 500 anos do nascimento do missionário jesuíta Gonçalo da Silveira. A sua partida em missão para a Índia ocorrida em 1556, integrado num grande grupo de jesuítas, e a missão que viria a receber no interior de África, junto do Império Monomotapa/Karanga, no qual foi martirizado a 15/16 de março de 1561, ao serviço de uma nova
evangelização, fazem dele um dos principais intérpretes do empreendimento global projetado pela Companhia de Jesus que se desenvolveu com especial evidência em Portugal nos reinados de D. João III e de D. Sebastião.
As mutações que os progressos científicos e técnicos introduziram no agir e os desafios que lhe põem temíveis questões ainda não estão resolvidas. Na relação entre a objetividade da ação a realizar e a subjetividade do agente que a efetua, a atenção centrou-se no primeiro polo, cujo desenvolvimento levou à conclusão da necessidade de repensar a responsabilidade ética que recai no ser humano confrontado com tais desafios. Mas na altura em que a atenção ética se vira para o segundo polo, o da subjetividade do agente, ela descobre-se mergulhada na atmosfera cultural cada vez mais dominada por uma pressuposição nova, de estilo cultural e filosófico, à qual vários autores deram o nome de ética num contexto pós-moderno.
Não é para agora um texto sobre o lugar de Mozart no século XXI, ou “digam-me um compositor que não seja homem, branco e morto”. Neste momento cabe-nos procurar um sentido para a vida e viver por esse sentido. Nada mais. E se a arte é, está ou participa na nossa vida, então também precisamos, per cortesia, de lhe dar um sentido. Por isto, antes do sentido que tem a música nas nossas vidas, neste momento impele-nos a urgência do momento a lembrar o sentido que tem a música, leia-se arte, na vida de todos nós.
Dimensões
15 x 23,4 cm
Nr de páginas
100
ISSN
0870–7618